(*)Por Cleonilda Ap. dos Santos Ferreira
Estudos e pesquisas do SEBRAE (Serviço de apoio às Micro e Pequenas Empresas), apontam que o controle de fluxo de caixa bem elaborado é uma grande ferramenta para lidar com situações de alto custo de crédito, taxas de juros elevadas, redução do faturamento e outros fantasmas que rondam os empreendimentos e muitas vezes levam a “morte do negócio” logo nos primeiros anos. Por outro lado, à medida que um pequeno negócio cresce, vai naturalmente aumentando a complexidade de sua administração, e o empresário, que antes fazia tudo praticamente sozinho, começa a sentir a necessidade de dividir ou terceirizar tarefas, contratar mais pessoas, e ter outros sócios, em alguns casos. Dentre tantas atividades, uma tarefa requer especial atenção: a gestão financeira. Podemos entender por gestão financeira, o conjunto das ações e procedimentos administrativos relacionados com o planejamento, execução, análise e controle das atividades financeiras do pequeno negócio, visando obter o máximo de lucro (ou resultado).
Para iniciar uma boa gestão financeira, o primeiro passo é tomar uma decisão importante: separar o dinheiro do pequeno negócio do dinheiro das despesas particulares (manutenção da família). É praxe misturar a Pessoa Física com a Pessoa Jurídica nos pequenos negócios. O caixa para pagar e receber é um só e isto atrapalha ou impede a gestão financeira do pequeno negócio. Outro passo importante, é fazer o Fluxo de Caixa, que nada mais é que a gestão do caixa no dia a dia, ou seja: administrar as entradas e saídas de recursos financeiros relativos a vendas, prestação de serviços, pagamentos de fornecedores, salários, tributos, despesas, entre outros. A sua grande utilidade, é possibilitar a identificação das sobras e faltas no caixa, permitindo à empresa planejar melhor suas ações futuras ou acompanhar o seu desempenho.
Portanto o Fluxo de caixa é um instrumento gerencial que controla e informa todas as movimentações financeiras (entradas e saídas de valores) de um dado período, pode ser diário, semanal, mensal, etc., é composto dos dados obtidos dos controles de contas a pagar, contas a receber, de vendas, de despesas, de saldos de aplicações, e de todos os demais elementos que representem as movimentações de recursos financeiros da empresa. O recomendável é que o período de acompanhamento seja diário, entretanto, dependendo da movimentação financeira poderá utilizar períodos mais longos – semanal, quinzenal e até mensal. Em períodos menores o acompanhamento é mais eficiente, possibilitando o ajuste das finanças em caso de contingências, por outro lado requer maior esforço no acompanhamento.
Conheça agora as principais vantagens que você obterá com a manutenção do controle do fluxo de caixa da sua empresa:
1. Planejar e controlar as entradas e saídas de caixa num período de tempo determinado.
2. Avaliar se as vendas presentes serão suficientes para cobrir os desembolsos futuros já identificados.
3. Auxiliar o empresário a tomar decisões antecipadas sobre a falta ou sobra de dinheiro na empresa.
4. Verificar se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira no período avaliado.
5. Verificar a necessidade de realizar promoções e liquidações, reduzir ou aumentar preços.
6. Verificar se os recursos financeiros próprios são suficientes para tocar o negócio em determinado período ou se há necessidade de recursos com terceiros.
7. Avaliar se o recebimento das vendas é suficiente para cobrir os gastos assumidos e previstos no período.
8. Verificar a necessidade de realizar promoções e liquidações, reduzir ou aumentar preços objetivando o ingresso de recursos na empresa.
9. Avaliar a capacidade de pagamentos antes de assumir compromissos
10. Antecipar as decisões sobre como lidar com sobras ou faltas de caixa.
Com a utilização correta esta ferramenta, auxilia você, empresário do pequeno negócio, a tomar decisões sobre a situação financeira da sua empresa, vez que permite analises importantes, vejamos: A falta de recursos implica na revisão das estratégias da empresa, devendo entre outros observar os seguintes aspectos: renegociar com fornecedores o pagamento das obrigações; revisar o sistema de cobrança; fazer uma promoção de mercadorias; trabalhar com estoques mínimos; reduzir os prazos nas vendas a prazo; programar melhor as compras; vender bens e equipamentos ociosos.
No caso haver sobra de recursos a empresa poderá aplicá-lo de forma planejada em: estoques; mercado financeiro; antecipar o pagamento de obrigações mediante desconto financeiro; ativo imobilizado, entre outros. È importante ressaltar que a sobra de caixa pode momentânea, ocorrendo por alguns dias e logo em seguida essa sobra ser utilizado para quitar os compromissos, assim, é fundamental fazer uma análise da situação da empresa no curto, médio e longo prazo, para que ela não seja descapitalizada e passe a depender de recursos de terceiros. A implementação do relatório do fluxo é uma tarefa sem grandes complexidades, entretanto, cabe lembrar que a manutenção de um fluxo de caixa requer que os dados sejam confiáveis e constantemente atualizados, pois, somente assim terá utilidade. Desta forma, é importante manter um bom controle de contas a receber, contas a pagar, caixa, saldo de aplicações financeiras, faturamento, vendas à vista e a prazo, enfim um controle efetivo das finanças da empresa.
Lembre-se que implementar e sobretudo manter um fluxo de caixa eficiente exige disciplina, inclusive com a manutenção de outros controles financeiros já citados, todavia, é melhor saber com antecedência e precisão sobre a situação financeira da empresa, do que ser apanhado de surpresa com uma situação desfavorável.
Se você não tiver conhecimento suficiente para a execução de alguns dos controles apresentados, recorra ao auxílio de profissionais especializados para colaborar na gestão financeira de sua empresa. O que está em jogo é a saúde financeira de sua empresa. Será que ela não merece o melhor de sua atenção? Empresa sã, maior lucratividade e tranquilidade do empresário! E para você que quer saber mais como fazer a gestão financeira da sua empresa, vamos promover treinamentos presenciais para clientes, em nosso escritório e online, com acesso via web, totalmente gratuito, para os demais interessados!
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(*) Cleonilda Aparecida. dos Santos Ferreira é contadora na Lider Executive e advogada na Santos Ferreira Advogados em Uberaba – MG. Pós-graduada em Direito Tributário pelo IBET (Instituto Brasileiro de Estudos Tributário), Direito Empresarial pela UFU (Universidade Federal de Uberlândia) e em Direito Previdenciário (LFG). Participou dos Seminários EMPRETEC e FORMACOP (Formação de Dirigentes Cooperativistas). É Coautora do Livro Do Direito do Homem à Pensão por Morte. Membro do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-MG (triênio 2013/2015 e 2016/2018). Foi diretora financeira da 14ª subseção da OAB (triênio 2010/2012) e consultora do SEBRAE-MG.